4ª Semana Nivelamento – 1º E.M.
Habilidade : Identificar recursos semânticos
expressivos (figuras de linguagem)
Leia os textos I e II e responda
à questão 1
TEXTO I
Prosopopeia ou Personificação:
Figura de estilo que consiste em
atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações
próprias dos seres humanos.
TEXTO II
Noite morta
Manuel Bandeira
Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.
Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado
No entanto há seguramente por ela
uma procissão de sombras.
Sombras de todos os que passaram.
Os que ainda vivem e os que já
morreram.
O córrego chora.
A voz da noite…
(Não desta noite, mas de outra
maior)
Disponível em:
<http://pensador.uol.com.br/frase/NTU4MDI0/>.
Questão 1
No texto, identificamos que há
presença de personificações. Uma delas é:
(A) “Ninguém passa na estrada”.
(B) “Os sapos engolem mosquitos”.
(C) “Nem um bêbado”.
(D) “O córrego chora”.
Questão 2
(Cesgranrio-1994) 1 "Dei o
nome de PRIMEIROS
CANTOS às poesias que agora
publico, porque espero que não serão as últimas.
Muitas delas não têm uniformidade
nas estrofes, porque
menosprezo regras de mera
convenção; adotei todos os
ritmos da metrificação
portuguesa, e usei deles como me pareceram quadrar melhor com o que eu
pretendia exprimir.
Não têm unidade de pensamento
entre si, porque
foram compostas em épocas
diversas - debaixo de céu
diverso - e sob a influência de
impressões
momentâneas.(...)
Com a vida isolada que vivo, gosto de afastar
os
olhos de sobre a nossa arena
política para ler em minha
alma, reduzindo à linguagem
harmoniosa e cadente o
pensamento que me vem de
improviso, e as idéias que em mim desperta a vista de uma paisagem ou do oceano
- o aspecto enfim da natureza. Casar assim o pensamento com o sentimento - o
coração com o entendimento - a idéia com a paixão - colorir tudo isto com a
imaginação, fundir tudo isto com a vida e com a natureza, purificar tudo com o
sentimento da religião e da divindade, eis a Poesia - a Poesia grande e santa -
a Poesia como eu a compreendo sem a poder definir, como eu a sinto sem a poder
traduzir."
(DIAS, Gonçalves, "Prólogo
aos primeiros cantos")
Qual a figura de linguagem
observada em "Com a vida
isolada que vivo" ?
a) Pleonasmo
b) Metáfora
c) Silepse de gênero
d) Metonímia
e) Sinestesia
Questão 3
(ENEM-2007) O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu
café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro
por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este
açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e
tampouco o fez o Oliveira,
[dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em
Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
(...)
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã
em Ipanema.
Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio
de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1980, p.
227-8.
A antítese que configura uma
imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa
poeticamente na oposição entre a doçura do branco açúcar e
a) o trabalho do dono da
mercearia de onde veio o açúcar.
b) o beijo de moça, a água na
pele e a flor que se dissolve na boca.
c) o trabalho do dono do engenho em
Pernambuco, onde se produz o açúcar.
d) a beleza dos extensos
canaviais que nascem no regaço do vale.
e) o trabalho dos homens de vida amarga em
usinas escuras.
4ª Semana Nivelamento
2ºE.M.:-
relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
Texto para
as questões 1 a 3
Aí,
galera
Jogadores de futebol
podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador
de futebol dizendo "estereotipação"? E, no entanto, por que não?
— Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
— Minha saudação aos aficionados do clube e aos
demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
— Como é?
— Aí, galera.
— Quais são as instruções do técnico?
— Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada,
com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de,
recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de
meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do
sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
— Ahn?
— É pra dividir no meio e ir pra cima pra pega eles sem calça.
— Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
— Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental. algo banal, talvez
mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões,
inclusive, genéticas?
— Pode.
— Uma saudação para a minha progenitora.
— Como é?
— Alo, mamãe!
— Estou vendo que você é um, um...
— Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à
expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de
expressão e assim sabota a estereotipação?
— Estereoquê?
— Um chato?
— Isso.
Correio Braziliense, 13 maio
1998.
1- (Enem) O texto
apresenta duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São
elas:
a) a saudação do jogador
aos fâs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua
mãe.
b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada
à situação da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo
muito rebuscado.
c) o uso da expressão
"galera", por parte do entrevistador, e da expressão "progenitora",
por parte do jogador.
d) o desconhecimento,
por parte do entrevistador, da palavra "estereotipação", e a fala do
jogador em "é pra dividir no meio e ir pra cima pra pega eles sem
calça".
e) o fato de os
jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não
corresponder ao estereótipo.
2. (Enem) O texto
mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto.
Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção
que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto.
a) "O carro bateu e
capoto, mas num deu pra vê direito" - um pedestre que assistiu ao acidente
comenta com o outro que vai passando.
b) "E aí, ô meu!
Como vai essa força?" - um jovem que fala para um amigo.
c) "Só um instante,
por favor. Eu gostaria de fazer uma observação" - alguém comenta em uma
reunião de trabalho.
d) "Venho
manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva
desta conceituada empresa" - alguém que escreve uma carta candidatando-se
a um emprego.
e) "Porque se a gente não resolve as coisas
como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito
pouca comida nos lares brasileiros" - um professor universitário em um
congresso internacional.
3. (Enem) A
expressão "pega eles sem calça" poderia ser substituída, sem
comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por:
a) pegá-los na mentira.
b) pegá-los desprevenidos.
c) pegá-los em
flagrante.
d) pegá-los rapidamente.
e) pegá-los
momentaneamente.
Questão 4
Enem 2013
Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra
fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode
crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só
porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que
sofrer!
GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não
seja sempre o mesmo).
Rio de
Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem
ao texto
a) caráter atual, pelo uso de linguagem
própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de
imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de
gírias.
d)
espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.
Questão 5
Pronominais
Dê-me um
cigarro
Diz a
gramática
Do professor
e do aluno
E do mulato
sabido.
Mas o bom
negro e o bom branco
Da Nação
Brasileira
Dizem todos
os dias
Deixa disso
camarada
Me dá um
cigarro
(Oswald de Andrade.
In Poesia Pau-Brasil)
Analise as
seguintes afirmações a respeito desse poema:
I — No texto,
encontramos exemplos do Português tanto no seu uso padrão quanto no seu uso
coloquial.
II — Para manifestar sua
tendência à coloquialidade, o texto ignora completamente procedimentos do
Português padrão.
III — Ao adotar a norma
culta como mecanismo de julgamento estilístico, o texto implicitamente condena
o analfabetismo.
IV — O uso do Português
padrão no primeiro verso, em contraste com a adoção da linguagem coloquial no
último, insinua a superioridade daquele sobre este.
V — A coexistência da
norma culta com a linguagem coloquial indica a diversidade dos usos do
Português no Brasil.
É possível
considerar que:
a) todas
as afirmações estão corretas.
b) estão corretas as afirmações
I e V.
c) estão
corretas as afirmações II e III.
d) estão
corretas as afirmações III e IV.
e) todas
as afirmações estão incorretas.
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